fonte: CFM
O ensino da Pediatria na graduação foi o tema da mesa redonda realizada pela manhã no I Fórum de Pediatria do Conselho Federal de Medicina. As discussões tiveram início com uma conferência sobre o tema O currículo atual é suficiente?, apresentada pela docente Alessandra Ribeiro, que refletiu sobre o currículo atual, se ele é suficiente ou não para a formação dos profissionais.
A palestrante é coordenadora do Curso de Graduação em Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Uberlândia-MG). Na exposição, a docente recuperou um artigo das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Medicina. A nova orientação para os currículos de medicina define: “o graduado em Medicina terá formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde”.
De acordo com a palestrante, as novas diretrizes indicam o compromisso da escola com a formação voltada para um eixo que atenda às necessidades de saúde da população. ”Não basta mais a gente pensar na construção de um currículo a partir de conteúdos, a partir de disciplinas. Trata-se agora de a gente pensar na formação de alguém que tenha competência para atuar. Somente pensando na construção de um currículo voltado, baseado e orientado pela competência que a gente consegue alcançar aquela formação do perfil do egresso prevista pelas diretrizes curriculares.”, analisa a representante da universidade mineira.
Disciplinas pouco ensinadas – Após a conferência que discutiu os currículos dos cursos de medicina, a mesa redonda sobre o ensino da pediatria analisou o tema “Disciplinas que faltam ou são pouco ensinadas”, com apresentação de Rosana Alves, da Universidade Federal do Espírito Santo e integrante do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-ES). Na apresentação, a conselheira regional destacou temas que devem ser de conhecimento dos pediatras e abordados nos cursos, como por exemplo o abuso de álcool e o tabagismo entre jovens; a promoção da saúde pelo esporte; violência sexual na infância e trabalho infantil.
Após a palestra sobre o que também deveria ser abordado nos cursos de medicina, a mesa redonda analisou a repercussão da abertura indiscriminada de escolas medicas, preceptoria, supervisão e professores. O tema foi apresentado por Hermila Tavares Vilar Guedes, professora de Pesquisa Científica da Escola Bahiana de Medicina; presidente do Departamento de Alergia e Imunologia da Sociedade Baiana de Pediatria e membro titular do departamento correlato da Sociedade Brasileira de Pediatria; além de conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremeb).
Na conferência, Hermila Vilar falou sobre o aumento da demanda de docentes e preceptores com a implantação do Programa Mais Médicos, estratégia adotada pelo governo federal para interiorizar a medicina. Na avaliação da conselheira regional, a iniciativa pode estar equivocada: “ A gente acha que vai colocar escolas nos municípios e vai atrair médicos para o interior. Mas o que tem se visto é que apenas os programas de residência médica têm esse poder e não as escolas médicas, apontou a docente.
As discussões do Fórum continuaram no período da tarde, com uma mesa redonda sobre Residência em Pediatria.